Da arquibancada à idolatria: Mota explica ligação com o Ceará e relembra momentos no Clube

O amor veio de berço, passado pelos pais e pelos tios. De uma família alvinegra, João Soares da Mota Neto, o Mota, saiu da arquibancada para assumir posto de ídolo no Ceará Sporting Club. Batizado como "torcedor em campo", honrou a camisa e fez a alegria da Nação Alvinegra. Parte mágica de uma história gloriosa, o ex-camisa 9 do Time do Povo declarou-se ao Mais Querido. Com uma história única, teve a oportunidade de jogar ao lado de outro nome marcante - Sergio Alves - e, junto dele, escreveu alguns dos mais bonitos capítulos destes 111 anos.
"O Ceará teve grande ídolos. Cheguei a ver Claudio Adão, ainda novinho. Sou fã do Sergio Alves declaradamente, todo mundo sabe. Fiquei muito triste... Marcou negativamente a final da Copa do Brasil de 1994. Tínhamos todas as condições de sermos campeões, seria um feito inédito. Passou, infelizmente. De ver o Sérgio Alves jogando, ter o prazer de jogar ao lado dele, foi muito importante", iniciou, em entrevista exclusiva ao cearasc.com.
"Ter a oportunidade de chegar no clube que você ama é muito importante. É prazeroso, é uma realização ter podido vestir essa camisa que tantos vestiram e fizeram história e eu poder fazer parte de um pouco dessa história", explicou.
A história de Mota com o Ceará iniciou cedo e segue viva até hoje. Da arquibancada veio, para a Nação Alvinegra retornou. Presença constante na Arena Castelão ou no Estádio Presidente Vargas, mantém o apoio incondicional ao Alvinegro de Porangabuçu. A torcida, inclusive, é algo que fortificou a relação quando criança e fez do ex-atacante um dos milhões de apaixonados pelo Vovô.
"Vem de berço. Tenho uma história no Ceará, mas isso é desde o começo. Meus pais, meus tios, a família inteira é Vozão. Comecei a ir para o estádio muito cedo, vi grandes ídolos. Quando você vai cedo para o estádio, vê essa torcida maravilhosa… É importante para podermos seguir com esse amor pelo clube", contou.
Quando entrava em campo, Mota sabia o peso que carregava consigo. Independentemente do resultado, o objetivo era entregar o melhor para o Ceará e para o torcedor. Uma figura representativa dentro do jogo, que entendia plenamente a responsabilidade de defender as cores alvinegras. E da arquibancada vinha o apoio que o dava força para superar as adversidades.
"Não é fácil você ser jogador e torcedor. É difícil separar, mas, ao mesmo tempo, é prazeroso. É uma realização você vestir a camisa do seu clube. Quando era torcedor, estava na arquibancada e queria que o jogador fizesse isso ou aquilo. Em campo, sempre levei esse espírito de cobrança, do que é o Ceará e o que representa para o torcedor. Sempre procurei colocar em campo e o torcedor sempre viu isso em mim. É natural. Quando torcemos, procuramos dar o melhor sempre. Sabia que estava representando milhões de pessoas. Isso era o que me dava força a cada jogo", revelou.
A postura em campo, os gols, os títulos e as participações em campanhas históricas o colocaram no rol de ídolos do Ceará. No dia a dia, Mota adota um estilo de vida pacato em seu bairro, sempre próximo dos amigos.
"A idolatria vem do torcedor. Procuro sempre estar do lado deles, vivendo normalmente como sempre vivi. No dia a dia, estou no meu bairro, com meus amigos. Um ou outro vem, pede uma foto e isso não podemos negar. Quando era torcedor, eu teria o maior prazer de chegar perto dos atletas e poucas vezes tive oportunidade. Faço com o maior prazer. Não me vejo como ídolo, mas sinto o carinho dos torcedores", comentou.
Com 89 gols marcados em 193 partidas disputadas, Mota está no Top 10 de maiores artilheiros do Ceará. Para ele, o tento mais marcante foi no Clássico-Rei de 2001, pela Série B do Brasileiro, no empate por 3 a 3, onde marcou duas vezes - os primeiros tentos contra o Fortaleza. A lembrança mais significativa para o ex-camisa 9 é do acesso de 2009, que aconteceu no dia do aniversário do ex-atacante e do filho.
"O momento mais marcante foi o acesso, como jogador de futebol e como torcedor. Conseguir um fato importante como esse... quando você é jogador e torcedor, você comemora as duas coisas ao mesmo tempo. Foi no dia do meu aniversário e do meu filho. Essa data ficou muito marcante para mim, o acesso do Ceará de 2009. Foi inesquecível", descreveu.
Por fim, Mota declarou o amor ao Ceará. Para ele, a instituição mexe com sentimentos e faz parte da vida de cada torcedor, incluindo a dele.
"A instituição Ceará faz parte da vida de cada torcedor, da minha não é diferente. É amor, é paixão, aquela vibração de ir para o estádio. Aquele momento gostoso de estar no estádio vibrando nas vitórias, ficando triste nas derrotas. É uma mistura de sentimentos", expressou.
Em 111 anos de trajetória, o Ceará Sporting Club segue sendo um dos maiores clubes do Nordeste e do Brasil. Com campanhas expressivas e títulos relevantes, o Time do Povo chega ao 111° aniversário trabalhando para conquistar maiores objetivos.
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